De Sydney pra Byron Bay!

Quem co-cria sempre alcança – é a mais pura verdade. Tudo o que afirmamos, pensamos, fazemos, e sentimos, vai virar a nossa realidade, mais dia menos dia. Esse é um grande presente divino que nos faz totalmente responsáveis pela vida que vivemos, pelas escolhas que fazemos, pelos sonhos que acalentamos. Eu demorei um pouco mas acabei aprendendo que o melhor é sempre escolher a luz, principalmente nos momentos de escuridão. E sorrir sempre. Às vezes, se a dor é grande demais, ou o medo muito primitivo, pode até ser que o sorriso demore a sair – tem raiva que parece querer grudar mesmo – mas no final, a alegria, que é inata a todo ser, ganha a batalha contra o ego negativo, e quando acho que ainda estou chorando, na realidade um sorriso de alívio já começa a brotar. Sorrir entre lágrimas de dor é cura certa pra qualquer mal do coração. Ao mesmo tempo que nos deixa leves, também nos mostra a força e a coragem da nossa alma quando torna-se resoluta no amor. É lindo demais, nos faz mais humanos e mais divinos ao mesmo tempo.

E toda essa reflexão sobre a importância de always co-criar na luz, vem pra contar que eu e Diego co-criamos morar em Byron Bay desde a primeira que a visitamos em janeiro de 2011. Voltamos algumas outras vezes, sempre reafirmando pra vida o nosso desejo de um dia morar nessa cidade mágica – só aqui no blog eu menciono Byron Bay em 12 posts, a paixão é antiga e consistente, minha gente, co-criada ao longo dos 7 anos entre a primeira visita e 2018, o ano da mudança.


Poente e ventania em Bondi

Eu amo água. É uma atração inevitável, bem maior que eu. Lembro uma vez em São Tomé das Letras, cidadezinha mágica no sul de Minas Gerais, num dia frio de inverno, eu e um grupo de amigos fizemos uma caminhada pra uma cachoeira linda. Ninguém se atreveu a entrar na cachoeira, mas eu não resisti: a cachoeira era bonita demais e a água límpida era irresistívelmente convidativa. Assim que entrei na água gélida tive uma taquicardia tão forte que achei que meu coração ía parar de bater ali mesmo naquele paraíso de Gaia. Eu respirei fundo e continuei imersa, tentando me tornar una com a água. O tum tum do coração foi voltando ao normal mas eu não consegui ficar muito tempo, estava frio mesmo. Saí da água tão feliz por ter ouvido meu ‘alucinado por água’ coração; feliz e super desperta, pois um banho de água gelada deixa a gente pronta pra qualquer coisa nessa vida.

Essa mesma situação já se repetiu várias vezes – água gelada num lugar lindo e Karina caminhando resoluta em direção à água. Como eu disse, é maior que eu. E é sempre bom e nutridor, mesmo que dure alguns poucos minutos. Lembro que quando eu e Diego fizemos nossa sinastria astrológica com o Carlos Maltz em Brasília, ele deu a dica ‘quando ela estiver insuportável, joga ela dentro da água, nem que seja debaixo do chuveiro, vai funcionar como mágica’. E ele tinha razão, o contato com a água me acalma de imediato, nutre todos os níveis do meu ser.

Nesse fim de tarde na praia de Bondi não foi diferente. Estava frio, ventando muito, pois uma tempestade estava se formando. Mas eu não resisti ao chamado de Iemanjá e fui. Alegre, leve, dançando, totalmente imersa no momento presente, dando vazão ao desejo da criança que sempre serei.

Namastê

 


A vida em simples cliques #16

Tanto tempo sem postar nossos simples cliques – 2 anos e 4 meses para ser exata. Parece muito e na verdade é, mas ao mesmo tempo parece que foi ontem. Às vezes me assusto ao pensar que já estamos na Austrália há quase 8 anos; o tempo está passando rápido demais e por mais que eu tente curtir o momento presente, aproveitar cada bocado de vida, nosso amigo tempo insiste em apressar-se. Por um lado a aceleração da percepção do tempo faz com que conscientemente escolhamos viver mais sintonizados no agora, e isso é bom pra alma. Por outro nos deixa com a sensação de que não estamos curtindo tanto assim. Talvez a vida no burburinho da cidade grande, a influência da tecnologia digital, a pressão para produzirmos mais, aumentem a ligeireza do tempo. Há tempos eu e Diego falamos sobre morar em um lugar menor, levar uma vida menos premente, mais espontânea. Quando isso acontecer (shh não contem pra ninguém, mas parece que vai acontecer em muito breve), estou curiosa pra saber se o tempo vai respirar mais aliviado – tomara.

Curtam os simples ‘super variados’ cliques. Por trás de cada um, nossa sempre vontade de sermos mais alma e menos medo; de vestir-nos de alegria, luz e amor todo lindo santo dia. Namastê.

Fim de tarde em Redfern. Verão 2017

Ele começou a usar óculos pra ler à distância – ficou mais lindo ainda! Amo muito!

Céu de outono da varanda. O centro de Sydney ao fundo.


América do Sul 2017: Argentina, Brasil e Peru

No ano passado decidimos fazer da nossa visita ao Brasil uma oportunidade de também visitar outros países da América do Sul. Sempre tivemos vontade de conhecer Machu Picchu, esse local sagrado que tanto encanta pela mística beleza e pelos mistérios da habilidade dos povos incas em construir edificações  tão eficientes em um terreno tão íngreme e a uma altitude de mais de 2.400m. O sistema de abastecimento de água funciona até hoje – Diego registrou no vídeo. Diz-se que as montanhas naquele local têm um forte significado religioso para os incas, os quais também levaram em consideração alinhamentos astronômicos na construção das edificações. Não tivemos tempo hábil pra caminhar toda a trilha inca, fizemos apenas a última parte do km 104 até o Portal do Sol, onde o marido mais lindo do mundo me pediu oficialmente em casamento – ele me deixou super emocionada, ajoelhou e tudo o mais! E no dia seguinte voltamos a Machu Picchu pra explorar um pouco mais e subir a montanha Wuaynapicchu, aquela mais alta que sempre vemos nas emblemáticas fotos. A montanha está a 2.700m de altitude e há também edificações lá no topo; uma caminhada íngreme e bem cansativa, mas que vale muito a pena. Fui embora de Machu Picchu com o coração apertado, há algo ali que tocou minha alma profundamente. Também visitamos Cusco e outros sítios históricos ao redor. Tudo lindo e imperdível. E é claro que nos apaixonamos pela culinária peruana – comemos muuito ceviche!

E como nossa passagem pro Brasil tinha conexão em Buenos Aires, decidimos ficar 3 dias por lá antes de chegar na terrinha. Não conhecíamos a capital argentina que nos encantou pela suntuosa arquitetura e simpatia dos hermanos.

E por causa dessas viagens, nossa estadia no Brasil foi muito curta, pouco mais de 2 semanas. Mas curtimos bastante nossos amigos e família e até conseguimos recarregar as baterias da alma nas límpidas águas das cachoeiras do cerrado brasiliense.  Mas foi bem corrido e voltamos pra cá com gostinho de quero muito, mas muito mais!

 

 


África do Sul: mais alma e menos medo

 

Visitamos a Cidade do Cabo na África do Sul em maio de 2016. A razão inicial da viagem não foi turística mas sim nossa última tentativa de engravidar de forma não natural. Após quase cinco anos tentando engravidar naturalmente e duas fracassadas inseminações artificiais, decidimos seguir o conselho do nosso médico e tentar conseguir uma doadora de óvulos.

Aqui na Austrália não existe doação anônima de óvulos: você tem que conhecer alguma mulher que esteja disposta a te acompanhar nessa difícil jornada. Chegamos até a cogitar essa possibilidade, mas achamos que ficaríamos mais confortáveis com o anonimato da mulher-anjo que nos doaria algo tão precioso e inestimável.

Fiz várias pesquisas e entre várias (caras) opções de clínicas na Europa – com exceção da Grécia, cujo preço era mais acessível, acabei descobrindo uma conceituada clínica na Cidade do Cabo, cujo preço era mais razoável. Li vários depoimentos encorajadores em um grupo do Facebook de casais que tinham conseguido engravidar através dessa clínica, e decidimos tentar. O nome da clínica é Cape Fertility Clinic e nossa médica foi a Dra.Matebese. Fomos muito bem assessorados durante todo o processo de 4 meses que incluiu: análise de perfis super detalhados de doadoras anônimas de óvulos; vários exames médicos que eu e Diego tivemos que fazer; as injeções de hormônios que o marido mais lindo do mundo aplicou em mim antes, durante e depois da inseminação (ele é tão calmo, um super enfermeiro!); a fertilização dos óvulos da doadora com o esperma do Diego; e, por fim, a inseminação de dois embriões.

Ficamos dez dias na Cidade do Cabo curtindo sua estonteante beleza e sonhando com um bebezinho crescendo no calorzinho do meu útero. Dois dias após a inseminação voamos de volta pra Sydney, e alguns dias depois veio o momento mais feliz de todos esses anos tentando engravidar: o exame de sangue confirmava que eu estava, enfim, grávida! Ah mas foi alegria demais, tão imensa que não consigo exprimir em palavras.  E um dia antes desse primeiro exame de sangue eu tive um sonho muito real, cujo significado apenas entendi  alguns dias depois.


Vale do Pati na Chapada Diamantina

Em julho de 2014 eu e Diego visitamos o Vale do Pati, localizado no Parque Nacional da Chapada Diamantina na Bahia. Iniciamos a caminhada de 3 dias pelo vilarejo de Guiné guiados pelo querido Rockão, o qual tem excelente conhecimento das trilhas da Chapada e também da rica flora e fauna – super recomendamos os serviços desse baiano “prime”!

A Chapada Diamantina é para aqueles amantes de trekking que estão em busca da magia que ocorre quando nos desconectamos do mundo digital e nos conectamos com a natureza nua e crua. Não há sinal de internet e não há energia elétrica, e isso por si só já é uma benção. As paisagens são estonteantes, há cachoeiras lindíssimas e uma variedade imensa de pássaros (tivemos  um encontro épico com um beija-flor) e flores cósmicas. E os pores-do-sol, ah… não consigo achar palavras pra descrevê-los… o que sei é que  quando a luz laranja-dourada reflete nos paredões de pedra, a alma sorri e não dá vontade de sair dali nunca mais.


Incurável nomadismo (?)

Acho que de certa forma sempre fui nômade, e meu pai também o era. Ele viajou muito a trabalho e morou em umas cinco capitais brasileiras antes de adotar São Paulo como a do coração.  Ele, minha mãe e eu  mudamos de Belo Horizonte pra Brasília em meados da década de 70, e lá ficamos durante 3 anos, quando eu e ela mudamos de volta pra Beagá, ela grávida do meu irmão, o casamento deles acabado e eu anestesiada diante da saudade-dor imensa que eu sabia que sentiria dele, para mim o mais doce dos homens, meu pai.

Morei em Beagá até os 28 anos, quando Brasília me acenou libertação e eu fui, feliz e agradecida. Em Brasília mudei algumas vezes, e durante uma época curta morei em São Paulo. Diego também sempre foi nômade, carioca da gema que morou em Recife  e Brasília em várias casas diferentes, mudanças acarretadas pela profissão do pai e também por vontade própria. Juntos também mudamos duas vezes em Brasília antes de irmos pra Austrália. E aqui já mudamos 8 vezes em 6 anos e meio! Ufa!que o processo da mudança em si cansa, mas conectar-se com o novo, descobrir algo que nunca se viu, é muito empolgante, ambos amamos.

E a nossa mais recente mudança ocorreu há 6 semanas: honrando nosso nomadismo, saímos de Dee Why e estamos morando bem pertinho do centro de Sydney no bairro de Redfern, o qual abriga uma considerável comunidade aborígine em prédios subsidiados pelo Governo do Estado, e também uma população de classe média alta atraída pela valorização imobiliária da área nos últimos anos. O casario é composto de charmosas casas geminadas do século 16 terrace-housee também de novas construções; a localização é estratégica, bem perto da city e suas muitas atrações culturais e de well-being, e também bem pertinho de Bondi e arredores. Diego está a apenas 5 minutos de caminhada da Holler, a mais nova empreitada profissional que ele abraçou. Eu tenho ido de carro pro jardim de infância Steiner onde trabalho e levo cerca de 20 minutos; pra nós dois o deslocamento pro trabalho foi reduzido consideravelmente, e foi essa a principal razão de termos decidido mudar pra mais perto da city: cansamos de gastar cerca de 2 horas e meia por dia pra ir e voltar do trabalho.


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